Por Helena Queiroz
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8 de agosto de 2023
A psicologia perinatal, embora possa parecer uma novidade, já vem sendo estudada há muitos anos. Como sabemos, escolher o nome de um bebê é um processo que envolve uma sinergia entre o mágico e o desafiador. Um nome carrega consigo um significado profundo. E aqui, não é diferente: há quem a chame de psicologia da maternidade, psicologia da gestação, parto e puerpério, pré-natal psicológico, psicologia obstétrica... Apesar da falta de consenso na escolha do termo, quero informar que sou pós-graduanda em Perinatalidade, Parentalidade e Psicanálise e estou pronta para auxiliá-los em qualquer fase que vocês estejam em relação aos seus filhos. No nascimento, é comum que a atenção esteja voltada para o bebê, seus cuidados e necessidades. No entanto, para que as mudanças da rotina sejam bem integradas, é fundamental que os cuidadores da criança estejam bem. Aqui, o foco não está na criança, mas nos adultos envolvidos. Como uma especialidade que se aprofunda com seriedade e base teórica em tudo que envolve um nascimento, a psicologia perinatal abrange todo o núcleo familiar, abordando novas dores e aquelas que não puderam ser curadas com o tempo. Afinal, antes de assumir a parentalidade, todos são, em primeiro lugar, filhos. Além de acolher as mulheres que decidiram, junto com seus parceiros, o momento de engravidar, a psicologia perinatal também oferece apoio às tentantes, às arrependidas, às que passaram pela perda de um bebê em gestação ou recém-nascido, às que enfrentaram a frieza da UTI Neonatal, às que têm filhos com deficiência, ou são deficientes elas próprias, às mulheres com gestações não planejadas, múltiplas, por FIV ou outros métodos que não sejam naturais, àquelas que engravidaram na adolescência ou depois dos trinta e tantos anos, às que optaram por passar por essa experiência sem a presença de um segundo responsável legal, às famílias homoafetivas, negras, interraciais, adotivas, às que dependem e às que não dependem do Sistema Único de Saúde, às parentalidades transexuais, aos pais, avós, irmãos, tios... Esses são apenas alguns exemplos das muitas realidades contempladas por essa especialidade. Seja qual for a sua forma de vivenciar a parentalidade, você merece receber suporte de um profissional atualizado cientificamente e bem versado nas questões que envolvem a concepção, o parto e a criação de um ser humano que será inserido em um ambiente já repleto de particularidades. Entendo que não seja uma jornada fácil, mas encontrar uma comunidade atenta e disposta a te apoiar já é um grande passo em direção ao seu bem-estar e ao da sua família.